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terça-feira, 8 de junho de 2021

Causos sobre Dr. Romildo Borges Mendes

 



Meu papai, por ser medico higienista, não parava em lugar algum

 (causos contados por seu filho Romildo Ernesto de Leitão Mendes)


-Parafraseando minha amiga Marlene Marques ,vou falar um pouco de meu papai, era médico higienista ( uma de suas  muitas especialidades) e, porquanto, raramente, nos fixávamos em algum lugar. Ora, estávamos em Belém do Pará, ora em Fortaleza ( CE), ora no Rio de Janeiro, até que, por algum tempo, montamos a nossa tenda em Conquista ( MG).

-Se Drummond a conheceu, por decerto fez pra ela aquele poema ; _ Uma cidadezinha qualquer! Depois se mandou para o Norte de Minas, e se fixou aqui na linda Montes Claros até morrer. Dr Mendes. Assim era conhecido por todas suas alunas e amigos.Dava aulas de biologia. Suas provas eram considerados um terror vez que nem médicos sábios acertavam as respostas de suas questões . Um dia ousei lhe perguntar: _ Papai, qual o seu objetivo em fazer essas questões irrespondiveis? Então ele me disse; _ Quero que minhas alunas , do Curdo de Magistério , sejam capazes de diagnosticar qualquer problema de saúde em seus alunos, para providenciarem o encaminhamento ao médico.

-Eu, agora sabedor de seu objetivo pedagógico, pus-me a ler uma das suas provas aterradoras. Acertei todas as questões! Kkkk Não sei se porque eu lia bem  ou por sorte mesmo.

Saudades do senhor, papai!

 

RELMendes _ 25/05/2021



Meu papai, Dr Mendes, ensinou-me a ser um perdoador

(Isto sem dizer uma só palavra, apenas com seu exemplo) 


-Vez por outra, eu e meu papai nos estranhávamos...

Isto por que  meu papai, Dr Mendes, era muito dado com todos,

Sobretudo com pessoas mais pobres – miseráveis até – e

Eu achava aquilo um absurdo ou, quiçá, uma imprudência inaceitável. Eu era terrivelmente seletivo e, profundamente, desconfiado á época! Não por que eu fosse um esnobe! Mas, penso que eu ainda não era um cristão do jeito que Deus sonhou que eu fosse!

 -Nossa casa parecia-me um albergue de passagem vez que todo dia,Além de nós, sua batelada de filhos/as, arranchava-se nela uma considerável multidão de pessoas daqui e das cidades circunvizinhas, para almoçar, jantar, banhar-se e prosear até o despontar da aurora. Para mim era um gasto inconcebível vez que meu papai não era rico.O que mais me impressionava é que ninguém ajudava a manter nada limpo. Pobres empregadas! Eu achava engraçado que elas adoravam o furdunço da noite inteira. Além do mais, dormiam até muito tarde.

 -Eu só não entendia, na verdade, como meu papai suportava aquilo vez que ele, ás 4,30h, já estava tomando seu banho e fazendo sua barba (Ele, meu papai, era muito elegante e cuidadoso com sua aparência) para ir trabalhar e trabalhar, por demais, nos trinques. No Posto de Saúde. na Escola Normal. na Fafil, no consultório. Enfim, meu papai, não parava, senão pra almoçar, e descansar por uns15m. Era sua sagrada sesta. Ah, nessa hora era só silêncio!

 -Voltemos ás minhas discussões descabidas com meu papai:

- Eu batia boca mesmo com meu papai, porque ele já se fizera um matuto, e eu era apenas, um recém chegado de Sampa, e ainda transpirava a maneira de ser, viver e pensar de um paulistano, cosmopolitano. “Quem dá muita festa morre na miséria!” Depois de cada bate boca, com meu papai, eu desaparecia por uns 2 ou 3 meses. Mas a saudade dele, logo, logo, batia em mim, e eu, ressabiado...voltava ao seu  Cafofo, e ele me recebia com uma imensa alegria, pra lá de metro e meio... como se nada tivesse acontecido. Abraçava-me, beijava-me, e corria pra cozinha pra fazer o meu Bolo preferido. O tal do Luis XV, que ele aprendera com sua mãe. Viu como meu papai era um pai perdoador? Viu, como foi com meu papai que eu aprendi a ser um perdoador do jeito que “Papai do CÉU” gosta?.

Valeu papai, saudades docê!

 

Romildo Ernesto de L Mendes – 01/06/2021

   


Meu papai, Dr Mendes, era feminista até nos fios de seu cavanhaque  

(papai foi um homem apaixonado por as mulheres, e como foi!)

 

-É verdade! Éramos uma batelada de filhos e filhas!

Jamais ele permitiu que uma de suas muitas filhas

Fosse escrava – serviçal – de qualquer um dos irmãos.

(mas a irmãzinha,Lourdinha,ás escondidas, sempre o desobedecia,

Pois, não hesitava em sempre estar fazendo algo, pra algum de nós)

Ele, meu papai, dizia que elas não deviam se cansar servindo

Aos irmãos vez que teriam muitas tarefas cansativas ao se casarem.

 

-Como papai cozinhava bem á beça, todos nós, filhos homens – se não me engano – aprendemos a cozinhar, e cozinhamos até melhor que ele.Carlos Mendes faz um vatapá divino; Sebastião Mendes é um quitandeiro de mão cheia. Papai fazia um bolo (Luis XV), degustá-lo era tá no céu!

Eu, modéstia parte, cozinho tão bem que quando começo a fazer minha gororoba do dia a dia, a vizinhança se alvoroça dizendo:- que cheiro bom é esse, vizinho Chef de cuisine? Isto aos berros! Aqui no bairro, troca-se,pelo muro, as delícias que fazemos, com muita freqüência...

Ah, ao chegarmos em casa para as refeições, cada um se servia!

Embora aqui no Sertão seja hábito a mulher servir o prato do marido

E entregá-lo em suas mãos, eu hein? Costume é costume,né?

 

-Gente,como sempre fui muito perguntador vez que queria saber o porquê de seus paradigmas tão adversos aos que víamos nas casas dos outros, Um dia lhe questionei: - Papai, por que o senhor nos obriga a tais tarefas?Disse-me papai: - Quando eu e minha irmã Nemaura estudávamos medicina,Na Universidade Federal da Bahia nunca pedi a ela que lavasse minha única calça – branca – que usava pra ir ás aulas e sair com ela, aos domingos...e,nem, tampouco, o meu único jaleco. Assim me formei médico, e ela também.Em nada me diminuiu lavar meu único jaleco, nem, tampouco, minha única calça branca! E ainda poupei as mãozinhas de minha irmãzinha linda! Nemaura,disse-me ele,inflado de orgulho: - além de linda, foi uma das primeiras  médicas do Brasil! Uma médica de primeira!


-Meu filho, mulher é paixão, encantamento e força pra se viver...

Mulher em sua inflorescência constrói o mundo num estalar de dedos! Nós podemos e devemos auxiliá-las em tudo no cotidiano, para que estudem, trabalhem em suas profissões e sintam-se plenas!

( Deixá-las se desgastarem com as miudezas do cotidiano, é machismo!) Fazer de um tudo, nos é de suma importância, sobretudo para quando estivemos sós!

 

RELMendes – 28/05/2021


Meu papai, Dr Mendes,era taco em seu diagnóstico!  

 

Vou contar-lhes o porquê de tal afirmação tão vaidosa:

- Em meados da década de 80 ( do século passado)

Meu papai, Dr Mendes, teve um AVC, á época conhecido,

Simplesmente, como derrame. Estava em idade avançada.

Não pra hoje. Digamos uns 69 anos. Eu já estou com 80 e

Ainda me viro nos sete não obstante ás muitas dificuldades.

Voltemos ao fio da meada. Eu morava em Sampa (SP), á época.

Mas, religiosamente, vinha uma vez por mês para vê-lo.

Sempre ao chegar aqui, meus amigos/as fervilhavam na casa de

Papai, para matarmos a saudade...(Uns dos outros)

Papai estava sempre por perto. Um dia, ao crepúsculo, alguém

Me contava, em alto e bom som,que estava com um problema

Sério de saúde. Mas, disse-me a pessoa: - nem aqui, em MOC, nem,

Tampouco, em BH, onde fui - várias vezes - tentar descobrir o que era

O mau que me afligia. Mas, nem um médico deu-me um diagnostico definitivo.

Então, perguntei-lhe em alta voz – só pra ver como estava a cabeça

De papai vez que me disseram que ele tava gagá – o quê vc sente? .

Falou-me que sentia uma fraqueza imensurável, e que por volta

Das 17h (todos os dias) tinha uma febrícula com calafrios...

Papai, então, lá de sua espreguiçadeira, rompeu o silêncio:

- “Você está tuberculoso!” “Amanhã cedo, vá ao Posto de Saúde

Fazer um PPD”! “E por gentileza, venha dizer-me se acertei!”

Quando retornei no mês seguinte, fiquei sabendo pela própria

Pessoa que, meu papai, estava certo. Seu mau era tuberculose.

 

RELMendes – 27/05/2021

Um comentário:

  1. Boa noite Ernesto.
    chamo-me Armando e creio sermos primos distantes.
    Minha avó era irmã do seu avo Sebastiao.
    Estou escrevendo um livro sobre nossa família e estou com dificuldade para encontrar alo sobre a Marlene. Você pode colaborar?

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