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domingo, 23 de outubro de 2011

Hiperatividade que nada!

Escandaloso, o número de diagnósticos que pipocam nas escolas de hiperatividade infantil e déficit de atenção. Basta um aluno ser agitado, atrapalhar a aula, conversar demais, não acompanhar as atividades escolares, ser briguento, sem limite e pronto: imediatamente é taxado de hiperativo, problemático. Nada mais grave e equivocado que a falta de critério, a ausência de um diagnóstico correto, que não é complexo, nem deveria ser exclusivo de pediatras, neurologistas ou psiquiatras.Aliás, os professores serão sempre os primeiros que perceberão um comportamento típico da falsa hiperatividade infantil.

As crianças e os adolescentes estão cada vez mais agitados, impacientes, sem limites, mal-educados por fatores como: sono curto, excesso de cafeína, chocolates, energéticos, além do vício em eletrônicos como televisão, internet e celulares e do uso em excesso de bebidas alcoólicas, falta de exercícios físicos e lazer em ambiente aberto. Pais fracos, impacientes, sem tempo, separados, estressados e falta de educadores com formação para lidar com alunos "diferentes" na sua forma de comportar, criam uma população cada vez maior de "excluídos", que são encaminhados a psicólogos e médicos a até conselhos tutelares.

Pasmem para o que se constata atualmente: apenas 20% são verdadeiramente hiperativos. E para deixar a situação ainda mais inacreditável 100% dos agitados usam uma medicação perigosíssima chamada Ritalina que é que um potente estimulante do sistema nervoso central (SNC), usado por caminhoneiros como "ribite" para ficar acordados por 24 horas.

Estudos recentes vindos da Europa, que acompanharam por 30 anos crianças que usaram muito tempo Ritalina, mostraram que uma maioria desenvolveu algum tipo de dependência na vida adulta, já que a medicação pode dar dependência, abstinência e tolerância, características das drogas, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Portanto, só profissionais preparados deveriam indicá-los e não de forma tão indiscriminada como vejo.

E o que esta atrás das agitações, distúrbios do comportamento infanto-juvenil? Que estejamos atentos, pois, no mínimo três quartos, podem apresentar transtornos ansiosos e depressivos, que, se bem diagnosticado e tratados , mudam a vida escolar, o relacionamento familiar, social e a vida de crianças e adolescentes. Dificuldades pedagógicas são quase que milagrosamente corrigidas quando o sistema do estresse e emoções consegue ser equilibrado.

Sempre defendi que Educação e Saúde tem que andar de braços dados. São irmãos siameses e meu projeto Ecologia Humana nas Escolas versa sobre isso, em cada escola a Ciência do comportamento deveria ser uma matéria parapedagógica e uma equipe dar todo respaldo para alunos, educadores, pais e funcionários.Não adianta só Enem, Ideb e outros indicadores serem cobrados se as escolas estão doentes.

Tenho orgulho de ter feito prognósticos positivos para pais desesperados e após anos me reencontra com grandes empresários e profissionais.




Eduardo Aquino

JORNAL SUPER DE 23 DE OUTUBRO DE 2011

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