Ah
Sem verso algum
Sem
poema nenhum
Sem
nada que em mim
Se
esperance nesse agora
Mórbido
porquanto quase
Barroco
ou rococó ou um
outro
cocô qualquer
Cético,
ou palhaço, triste,
Verdadeiramente
De
há muito, o sou
E
quiçá você, também,
Por
conta desse abominável gesto
De
lesa à Pátria que hora, por aqui,
Galopa
desenfreado!
-Pois
essa bandalheira...descabida,
Correndo
por aí à solta...País afora,
Nesses
tempos estremos que hora vivemos
Faz-me
sentir como se fora eu um Palhaço, triste,
Que
acabara de sair de um picadeiro alegre!
-Ah
Destarte, sem impulsão alguma
Desaprendi
a voar além
Desregalei-me
em dar
Alegria
a outrem
-
Não importa quem -
Vez
que renego fiar-me
Em
humanos aboletados
Uns
nas tetas dos outros
E
est’outros nas daquel’outros
Mas
todos juntos se refastelam gulosos
Nas
já secas mamas da Pátria Mãe Gentil
Sem
nunca cessar suas ganâncias... Jamais!
-Pois
essa bandalheira...descabida,
Correndo
por aí à solta...País afora,
Nesses
tempos extremos que hora vivemos
Faz-me
sentir como se fora eu um Palhaço, triste,
Que
acabara de sair de um picadeiro alegre!
-E
mesmo em face desse tédio
De
quem não espera a morte
-
Angustia de todo morrente -
Nenhum
deles tampouco, sequer,
Vislumbra
alhures, nada, além
Senão
a crença de que se farão
Imortais
ou imortalizados
Em
nomes de ruas vielas
Ou
em outros breguerços quaisquer
-
públicos ou privados –
Onde
jazerão seus desbotados nomes
Com
o passar do tempo sujeito, deveras,
A
incontáveis intempéries por demais cruéis!
-Ah
Sem verso algum
Sem
poema nenhum
Sem
nada que em mim
Se
esperance nesse agora
Mórbido
porquanto quase
Barroco
ou rococó ou um
Outro
cocô qualquer
Cético,
ou palhaço, triste,
Verdadeiramente
De
há muito, o sou
E
quiçá você, também,
Por
conta desse abominável gesto
De
lesa à Pátria que hora, por aqui,
Galopa
desenfreado!
-Pois
essa bandalheira...descabida,
Correndo
aí à solta...País afora,
Nesses
tempos extremos que hora vivemos
Faz-me
sentir como se fora eu um Palhaço, triste,
Que
acabara de sair de um picadeiro alegre!
RELMendes
25/04/2017
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