(Uma
refrescante “Vereda”, na minha nova estrada!...)
-Talvez
/uma quilombola/
Mas...
/Certamente/
Uma
generosa mulher!
Nhá
Geralda do Cintra
Mascava
fumo de rolo...
E
ia odorando /todo ambiente/
Por
ela percorrido...
Com
aquele /mal cheiroso/ odor.
-A
querida /quera octogenária/
Se
embiocava...
Numa
quimbembe /mal iluminada/
Pela
fraca luz de uma velha /absconsa/
E
pra arrancá-la/ de lá/...
Ah
dava o quê fazer!
-Após
a sesta /do dia a dia/
Ela
sempre era circundada por cunhas...
Que
à sua porta fervilhavam.../aos montes/
Pra
fuxicar... E se besuntar
De
seus tantos conselhos...
Ora
tão sábios... Ora tão espantosos.
-Nhá
Geralda do Cintra
Era
um “taquinho de gente”/
Um
catatau feminino!
Saltitava
pelas ruas do Cintra...
-
Que nem guariba assustado
Pelo
fogo na mata -
Rumo
à igreja onde rezava
Com
certa frequência...
-No
sovaco... /Nhá Geralda/
Sempre
transportava /consigo/
Uma
sombrinha/ esgarçada/
Como
se quiçama fosse.
Chegava
a ser até engraçado,
Mas...
ai de quem dela /zombasse/
Por
decerto /enfrentaria a fúria/
Da
comunidade/ inteirinha!
-Analfabeta
/ Nhá Geralda/
Nem
os xenxéns mensais/
Da
aposentadoria / rural/
Bem
os distinguia!...
Mas
considerada era/ por todos/
Tesouro
de sabedoria!
-Ao
conhecer-me/ Nhá Geralda
Não
hesitou/ em acolher-me
Como
filho/ muito querido/
E
diga-se /de passagem:
-
O que a mim encheu-me
De
imensa alegria!...
-Mas...numa
manhã /qualquer/
Após
um longo e aliviado /suspiro/
Voando
rápida como um colibri /sedento/
Nhá
Geralda do Cintra... /Serenamente/
Partiu
lá pro alto da montanha/
Em
busca da flor da Vida...
E...quiçá/
lá em cima /agora/
Esteja
bem escondidinha...
Se
rindo da gente...à beça.
Mas.../a
bendita/ Nhá Geralda do Cintra/
Deixou-nos
uma saudade... Infinda!
Montes
Claros (MG), 22-11-2011
RELMendes
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