Gero Camilo é um ator, cantor e dramaturgo brasileiro.Aos dezenove anos, cursa os princípios básicos de teatro, no Teatro José de Alencar, em Fortaleza. Transfere-se para São Paulo, onde ingressa na Escola de Arte Dramática da USP, em 1994. Nas suas próprias palavras, é nítida a orientação de seu trabalho tanto de dramaturgo como de ator: "Sou desavergonhadamente poeta. Acho que todo intérprete está à mercê da poesia. Minha vontade é sempre trazer a poesia para este tempo". De fato, as primeiras encenações de suas obras para o teatro revelam um tom marcadamente lírico, cujo resultado positivo ante o público e a crítica se dá rapidamente. Como militante da Teologia da Libertação, Gero Camilo iniciou-se no Ceará, no teatro amador, com objetivos didáticos. Foi o teatro, mais especificamente a Escola de Artes Dramática da USP que trouxe o poeta, dramaturgo, ator e cantor Gero Camilo até São Paulo, em 1994. Nesse período, Gero Camilo integrou o elenco de montagens realizadas por alunos, que lhe valeram o contato com diretores como Cristiane Paoli-Quito, na improvisação "Prelúdico para Clowns e Guitarra"; e José Rubens Siqueira, em "Tartufo, ou O Impostor". Gero Camilo formou-se em 1998. No processo seletivo da EAD, Gero Camilo manifestou vocação dramatúrgica, apresentando sua primeira peça, o monólogo "A Procissão", escrita em julho de 1993 e encenada em 1998, com direção e interpretação do próprio Gero. Trata da luta de romeiros pela sobrevivência no sertão, narrada pela personagem Zé, em meio a um cenário composto por lampiões, cruzes e velas. Em 2004, encena a peça "Aldeotas", de sua autoria, dirigida por Cristiane Paoli-Quito. O espetáculo confirma a sensibilidade do autor e rende à diretora o Prêmio Shell. Trata-se da história de um poeta, Levi, que envia ao melhor amigo de infância, Elias, na véspera de seu reencontro depois de muitos anos, uma peça de teatro que rememora causos e casos compartilhados por eles. No mesmo ano, Ivan Andrade e o próprio dramaturgo dirigem "Entreatos", composto inicialmente por duas e depois por três peças que abordam temas cotidianos e que são extraídas de seu livro "A Macaúba da Terra", de 2002, que apresenta também contos, além de peças curtas. Em "Café com Torradas", um homem está com uma senha numa fila de espera e interage com o público; "Quem Dará o Veredicto?" conta a aflição de uma telefonista que não suporta mais sua rotina e decide não sair mais de casa; em "Um Quatro Cinco", há um encontro marcado pelo disque-amizade. A sua publicação independente, "A Macaúba da Terra", já tinha rendido em 2003 a montagem "As Bastianas" pela Companhia São Jorge de Variedades, com direção de Luís Mármora, baseada nos contos do livro. "Cleide, Eló e as Pêras", dirigido por Gustavo Machado, em 2006, constitui-se de mais três textos do mesmo "A Macaúba da Terra". Nas duas primeiras partes, as declarações de amor do vigia Ernesto por Cleide e de Isadora por um homem chamado Eló; na última, o encontro de Ernesto e Isadora. Mais uma vez, há o despojamento do cenário e a dramatização centrada nos atores, características que a dramaturgia de Gero Camilo demanda. Gero Camilo dedica-se também ao cinema. A trajetória no cinema começou ainda na EAD, com participações nos filmes "Cronicamente Inviável" e "Domésticas". Mas foi em "Bicho de Sete Cabeças", a primeira de muitas parcerias com Rodrigo Santoro, que Gero Camilo se tornou conhecido do grande público. Gero Camilo atuou, também, nos filmes "Abril Despedaçado", "Madame Satã", "Cidade de Deus", "Carandiru", "Narradores de Javé" e "Chamas da Vingança", esse último uma produção americana que conta com Denzel Washington, Mickey Rourke e Christopher Walken no elenco. Na televisão, Gero Camilo participou da minissérie "Hoje é Dia de Maria", da Rede Globo.
Ainda na adolescência, Gero Camilo teve militância nas Comunidades Eclesiais de Base -CEB's, na Pastoral da Juventude do Meio Popular - PJMP, no estado do Ceará. Tanto as CEB's a PJMP são ligadas à Teologia da Libertação (Igreja Católica Apostólica Romana), corrente teológica que faz a opção preferencial aos pobres. Nessa época Geno até pensou em se tornar padre. Mas seguiu mesmo como ator.
Teatro
Como ator
1995 - O Macaco Peludo
1996 - Aquele que Diz Sim, Aquele que Diz Não
1996 - Prelúdico para Clowns e Guitarra
1997 - Tartufo
1998 - A Procissão
1999 - A Cândida Erêndira e Sua Avó Desalmada
2004 - Aldeotas
2006 - Cleide, Eló e as Pêras
2008 - Navalha na Carne
Como diretor
1998 - A Procissão
2004 - Entreatos
Como autor
1998 - A Procissão
2003 - As Bastianas
2004 - Entreatos
2004 - Aldeotas
2006 - Cleide, Eló e as Pêras
Cinema
1999 - Mantus
2000 - Cronicamente Inviável
2001 - Abril Despedaçado
2001 - Bicho de Sete Cabeças
2001 - Domésticas
2002 - Cidade de Deus
2002 - Madame Satã
2003 - Narradores de Javé
2003 - Carandiru
2004 - Man on Fire (br: Chamas da Vingança)
2007 - Pequenas Histórias
2007 - Cinco Frações de Uma Quase História
2009 - Hotel Atlântico
2011 - Assalto ao Banco Central - Tatu
Televisão
2005 - Hoje é Dia de Maria - Zé Cangaia
2009 - O Amor Segundo Benjamim Schianberg - Sávio
2009 - Som & Fúria - Naum
2011 - Amor em quatro atos - José
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