Pablo Neruda nasceu em Parral, em 12 de julho de 1904, como Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto. Era filho de José del Carmen Reyes Morales, um operário ferroviário, e de Rosa Basoalto Opazo, professora primária, morta quando Neruda tinha apenas um mês de vida. Ainda adolescente adotou o pseudônimo de Pablo Neruda (inspirado no escritor checo Jan Neruda), que utilizaria durante toda a vida, tornando-se seu nome legal, após ação de modificação do nome civil.
Ode ao Caldo de Congro
“No mar/ tormentoso/ do Chile/ vive o rosado congro,/ gigante enguia/ de nevada carne./ E nas panelas/ chilenas,/ na costa,/ nasceu o caldo/ grávido e suculento,/ proveitoso./ [...] Enquanto/ se cozem/ com o vapor/ os régios/ camarões marinhos/ e quando já chegaram/ a seu ponto,/ quando coalhou o sabor/ em um caldo/ formado pelo suco/ do oceano/ e pela água clara/ que desprendeu a luz da cebola,/ então/ que entre o congro/ e se mergulhe na glória,/ que na panela/ se azeite,/ se contraia e se impregne./ Já só é necessário/ deixar no manjar/ cair o creme/ como uma rosa espessa,/ e ao fogo/ lentamente/ entregar o tesouro/ até que no caldo/ se esquentem/ as essências do Chile,/ e à mesa/ cheguem recém-casados/ os sabores/ do mar e da terra/ para que nesse prato/ conheças o céu.”
(Pablo Neruda)
O Poeta e o Serpenteio ( Rafita)
Assim como eu
sempre me pensei
como um poeta carpinteiro,
penso que Rafita é um
poeta da carpintaria.
Escrevi, com giz, os nomes
de meus amigos mortos, sobre
as vigas e ele foi cortando
minha caligrafia na
madeira com tanta velocidade,
como se estivera voando
atrás da minha escrita,
outra vez os nomes com
a ponta de uma asa.
(Pablo Neruda)
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