Meu
papai, por ser medico higienista, não parava em lugar algum
(causos contados por seu filho Romildo Ernesto de Leitão Mendes)
-Parafraseando
minha amiga Marlene Marques ,vou falar um pouco de meu papai, era médico
higienista ( uma de suas muitas
especialidades) e, porquanto, raramente, nos fixávamos em algum lugar. Ora,
estávamos em Belém do Pará, ora em Fortaleza ( CE), ora no Rio de Janeiro, até
que, por algum tempo, montamos a nossa tenda em Conquista ( MG).
-Se
Drummond a conheceu, por decerto fez pra ela aquele poema ; _ Uma cidadezinha
qualquer! Depois se mandou para o Norte de Minas, e se fixou aqui na linda
Montes Claros até morrer. Dr Mendes. Assim era conhecido por todas suas alunas
e amigos.Dava aulas de biologia. Suas provas eram considerados um terror vez
que nem médicos sábios acertavam as respostas de suas questões . Um dia ousei lhe
perguntar: _ Papai, qual o seu objetivo em fazer essas questões irrespondiveis?
Então ele me disse; _ Quero que minhas alunas , do Curdo de Magistério , sejam
capazes de diagnosticar qualquer problema de saúde em seus alunos, para
providenciarem o encaminhamento ao médico.
-Eu,
agora sabedor de seu objetivo pedagógico, pus-me a ler uma das suas provas
aterradoras. Acertei todas as questões! Kkkk Não sei se porque eu lia bem ou por sorte mesmo.
Saudades
do senhor, papai!
RELMendes
_ 25/05/2021
Meu papai, Dr Mendes,
ensinou-me a ser um perdoador
(Isto sem dizer uma só palavra,
apenas com seu exemplo)
-Vez por outra, eu e meu
papai nos estranhávamos...
Isto por que meu papai, Dr Mendes, era muito dado com todos,
Sobretudo com pessoas mais
pobres – miseráveis até – e
Eu achava aquilo um absurdo ou, quiçá, uma imprudência inaceitável. Eu era terrivelmente seletivo e, profundamente, desconfiado á época! Não por que eu fosse um esnobe! Mas, penso que eu ainda não era um cristão do jeito que Deus sonhou que eu fosse!
-Nossa casa parecia-me um albergue de passagem vez que todo dia,Além de nós, sua batelada de filhos/as, arranchava-se nela uma considerável multidão de pessoas daqui e das cidades circunvizinhas, para almoçar, jantar, banhar-se e prosear até o despontar da aurora. Para mim era um gasto inconcebível vez que meu papai não era rico.O que mais me impressionava é que ninguém ajudava a manter nada limpo. Pobres empregadas! Eu achava engraçado que elas adoravam o furdunço da noite inteira. Além do mais, dormiam até muito tarde.
-Eu só não entendia, na verdade, como meu papai suportava aquilo vez que ele, ás 4,30h, já estava tomando seu banho e fazendo sua barba (Ele, meu papai, era muito elegante e cuidadoso com sua aparência) para ir trabalhar e trabalhar, por demais, nos trinques. No Posto de Saúde. na Escola Normal. na Fafil, no consultório. Enfim, meu papai, não parava, senão pra almoçar, e descansar por uns15m. Era sua sagrada sesta. Ah, nessa hora era só silêncio!
-Voltemos ás minhas discussões descabidas com meu papai:
- Eu batia boca mesmo com meu papai, porque ele já se fizera um matuto, e eu era apenas, um recém chegado de Sampa, e ainda transpirava a maneira de ser, viver e pensar de um paulistano, cosmopolitano. “Quem dá muita festa morre na miséria!” Depois de cada bate boca, com meu papai, eu desaparecia por uns 2 ou 3 meses. Mas a saudade dele, logo, logo, batia em mim, e eu, ressabiado...voltava ao seu Cafofo, e ele me recebia com uma imensa alegria, pra lá de metro e meio... como se nada tivesse acontecido. Abraçava-me, beijava-me, e corria pra cozinha pra fazer o meu Bolo preferido. O tal do Luis XV, que ele aprendera com sua mãe. Viu como meu papai era um pai perdoador? Viu, como foi com meu papai que eu aprendi a ser um perdoador do jeito que “Papai do CÉU” gosta?.
Valeu papai, saudades docê!
Romildo Ernesto de L
Mendes – 01/06/2021
Meu
papai, Dr Mendes, era feminista até nos fios de seu cavanhaque
(papai
foi um homem apaixonado por as mulheres, e como foi!)
-É
verdade! Éramos uma batelada de filhos e filhas!
Jamais
ele permitiu que uma de suas muitas filhas
Fosse
escrava – serviçal – de qualquer um dos irmãos.
(mas
a irmãzinha,Lourdinha,ás escondidas, sempre o desobedecia,
Pois,
não hesitava em sempre estar fazendo algo, pra algum de nós)
Ele,
meu papai, dizia que elas não deviam se cansar servindo
Aos
irmãos vez que teriam muitas tarefas cansativas ao se casarem.
-Como papai cozinhava bem á beça, todos nós, filhos homens – se não me engano – aprendemos a cozinhar, e cozinhamos até melhor que ele.Carlos Mendes faz um vatapá divino; Sebastião Mendes é um quitandeiro de mão cheia. Papai fazia um bolo (Luis XV), degustá-lo era tá no céu!
Eu, modéstia parte, cozinho tão bem que quando começo a fazer minha gororoba do dia a dia, a vizinhança se alvoroça dizendo:- que cheiro bom é esse, vizinho Chef de cuisine? Isto aos berros! Aqui no bairro, troca-se,pelo muro, as delícias que fazemos, com muita freqüência...
Ah,
ao chegarmos em casa para as refeições, cada um se servia!
Embora
aqui no Sertão seja hábito a mulher servir o prato do marido
E
entregá-lo em suas mãos, eu hein? Costume é costume,né?
-Gente,como sempre fui muito perguntador vez que queria saber o porquê de seus paradigmas tão adversos aos que víamos nas casas dos outros, Um dia lhe questionei: - Papai, por que o senhor nos obriga a tais tarefas?Disse-me papai: - Quando eu e minha irmã Nemaura estudávamos medicina,Na Universidade Federal da Bahia nunca pedi a ela que lavasse minha única calça – branca – que usava pra ir ás aulas e sair com ela, aos domingos...e,nem, tampouco, o meu único jaleco. Assim me formei médico, e ela também.Em nada me diminuiu lavar meu único jaleco, nem, tampouco, minha única calça branca! E ainda poupei as mãozinhas de minha irmãzinha linda! Nemaura,disse-me ele,inflado de orgulho: - além de linda, foi uma das primeiras médicas do Brasil! Uma médica de primeira!
-Meu
filho, mulher é paixão, encantamento e força pra se viver...
Mulher em sua inflorescência constrói o mundo num estalar de dedos! Nós podemos e devemos auxiliá-las em tudo no cotidiano, para que estudem, trabalhem em suas profissões e sintam-se plenas!
( Deixá-las se desgastarem com as miudezas do cotidiano, é machismo!) Fazer de um tudo, nos é de suma importância, sobretudo para quando estivemos sós!
RELMendes
– 28/05/2021
Meu papai, Dr Mendes,era
taco em seu diagnóstico!
Vou contar-lhes o porquê
de tal afirmação tão vaidosa:
- Em meados da década de
80 ( do século passado)
Meu papai, Dr Mendes, teve
um AVC, á época conhecido,
Simplesmente, como
derrame. Estava em idade avançada.
Não pra hoje. Digamos uns
69 anos. Eu já estou com 80 e
Ainda me viro nos sete não
obstante ás muitas dificuldades.
Voltemos ao fio da meada.
Eu morava em Sampa (SP), á época.
Mas, religiosamente, vinha
uma vez por mês para vê-lo.
Sempre ao chegar aqui,
meus amigos/as fervilhavam na casa de
Papai, para matarmos a
saudade...(Uns dos outros)
Papai estava sempre por
perto. Um dia, ao crepúsculo, alguém
Me contava, em alto e bom
som,que estava com um problema
Sério de saúde. Mas,
disse-me a pessoa: - nem aqui, em MOC, nem,
Tampouco, em BH, onde fui
- várias vezes - tentar descobrir o que era
O mau que me afligia. Mas,
nem um médico deu-me um diagnostico definitivo.
Então, perguntei-lhe em
alta voz – só pra ver como estava a cabeça
De papai vez que me
disseram que ele tava gagá – o quê vc sente? .
Falou-me que sentia uma
fraqueza imensurável, e que por volta
Das 17h (todos os dias)
tinha uma febrícula com calafrios...
Papai, então, lá de sua
espreguiçadeira, rompeu o silêncio:
- “Você está tuberculoso!”
“Amanhã cedo, vá ao Posto de Saúde
Fazer um PPD”! “E por
gentileza, venha dizer-me se acertei!”
Quando retornei no mês
seguinte, fiquei sabendo pela própria
Pessoa que, meu papai,
estava certo. Seu mau era tuberculose.
RELMendes – 27/05/2021
Boa noite Ernesto.
ResponderExcluirchamo-me Armando e creio sermos primos distantes.
Minha avó era irmã do seu avo Sebastiao.
Estou escrevendo um livro sobre nossa família e estou com dificuldade para encontrar alo sobre a Marlene. Você pode colaborar?