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segunda-feira, 8 de março de 2021

80 anos prestes a chegar 1º

 

(em 13/03/2021)



Fragmento introdutório:

-Quem diria que eu chegaria aos 80 anos

-O que justificaria tanta admiração?

Ora! Porque para tanto: - caminhei pra mais de metros!

- Fiz estripulias e doidices que até Deus duvida!

- Vi coisas lindas, que inebriaram-me a rodo,

E outras, assombrosas, que arrepiaram-me os cabelos...

Até os do meu fiofó, com perdão da palavra!

Oxê, nem lhes conto que, por diversas vezes, estive

Dependurado na taba da beirada, viu?!

Mas sobrevivi!

 

-Quem diria que eu chegaria aos 80 anos

Se, por diversas vezes, estive dependurado na taba da beirada?!

Contar-lhes-ei alguns dos porquês dessa minha admiração:

Se, a pés em chão, busquei – na marra - alfabetizar meus sonhos.

(Enfim, os tempos eram outros, mentes curtas, pra chuchu, ou não?!)

Alfabetizei-os – os sonhos – pena que não do meu jeito, mas sob o

Julgo dos estereótipos arraigados, sem termo, á época, nas prepotentes

Mentes machistas dos de então. Penso que desconheciam a palavra  Diálogo vez que julgavam-se sabedores de tudo que era bom ou ruim,  Quer pra suas fêmeas, desempoderadas, quanto pra seus filhos, Totalmente, dependentes deles!

 

-Vide só o que fizeram comigo, em relação a isso dito acima:

- Quem disse a quem, que eu queria deixar o meu Ceará, Quem disse?

Se o que eu queria mesmo era ficar na “baixa da égua” ( praia do Mucuripe) a catar mariscos, pegar siris e alguns caranguejos, quiçá,  Capturar uns baitas camarões saborosíssimos, sentir a maresia a Passear em meu  corpo, franzino,e salgar-me em suas águas cálidas,  Não tão límpidas, nem, tampouco, verdes, quanto às das demais praias Que circundam o belo litoral do meu Ceará... Ora!

 

-Mas, inesperadamente, sem consultar-me - vez que, á época, criança  Não opinava em nada - abduziram-me do meu belíssimo torrão natal (a bela Fortaleza) e, sem mais, nem menos, levaram-me para uma Cidadezinha Qualquer do Triângulo Mineiro... (tem cabimento isso? Pena que o “ECA” estava longe de existir, ara!)

Ora, mas cá n’alma, fi-lo (assim teria dito Janio Quadros) como diria  Nossa amada “Cora Coralina”: - “removi pedras”, - “plantei roseiras”,  Engoli almeirão (margoso, viu?), - senti uma saudade da molesta do  Meu Ceará, mas sempre, sem titubear, constantemente, fingia-me de Moco pra não sucumbir jamais, ás muitas agruras diárias!

Mas sobrevivi!

 

RELMendes – 13/02/2021

 


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