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sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Sob a aba do meu chapéu




Ah,sob a aba de meu chapéu
De esguelha espiei de um tudo nesta vida:
- Estradas que não conduziam-me a nada.
- Guerras quentes ou frias entre potências
(mundiais)
- Golpes e ditaduras malditas por aqui e alhures
- Mulheres faceiras que não as tive.
Ainda que desse tudo que sou para tê-las.
- Moçoilas manhosas que muito desejei
Tê-las. Mas elas é que tiveram-me!
(quiçá por conta da minha timidez.)
- Jovens esbanjando alegria pelas madrugadas
Como fora o derradeiro dia de suas vidas
-Homens - falantes- metidos a besta
Embora ( com perdão da palavra)
não fossem na realidade nada além que
uns reles busticas a regurgitarem ao léu
toda sorte de asneiras em pleno sol a pino.
(Ara, ninguém merece isto né?!)
-Crianças voluntariosas estrebuchando
De manha por um sorvete colorê
Na rua. Êta que porre!
-Espiei até aquelas rosas vermelhas
Avitrinadas no jardim da minha juventude
As quais eu nunca hesitei em roubá-las
(Não importasse a que hora fosse)
Só pra ofertá-las a ti, ó minha amada!
Ah, tenham por certo, de um tudo eu vi
(nesta vida...)
Nem que fosse apenas espiando
De esguelha!

RELMENDES – 14/09/2019

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