-Se
é verdade que ao envelhecer
Meu
rosto perdeu o viço da juventude
-
Porque os rastros da ancianidade o marcaram -
Também
é verdade que não esmaeceu em mim
A
intensidade de meus tantos sonhos juvenis
Que
ainda hoje persistem os mesmos
Já
degustados por esse porongo que um dia eu fui:
-Sonhos
tressuados de devaneios, tantos
-Sonhos
tresvariados de doces
Fantasias
transitórias...a fluírem ao léu!
-Nesses
setenta (70) anos já percorridos,
As
rugas impiedosas plissaram-me a epiderme,
E
os meus negros cabelos argentaram-se à beça
Pra
iluminar-me a fronte, envelhecida, a olhos vistos.
Mas
a face de garoto travesso, que em mim resplendia...
E
a alma sensível de doce e generoso poeta desconhecido,
Essas,
ainda hoje, em mim, fremente esplendem!...
-Ah!Se
ainda ontem vivi intensamente...
Uma
diversidade de emoções inesquecíveis,
Não
há então por que sorver-me em prantos,
Nem
tampouco por que quedar-me agora,
Em
intermináveis lamentos...
Já
que hoje descanso ledo por horas a fio
Num
espaçoso divã orvalhado de liberdade,
Tentando
poetizar profundamente...
Essa
gama de saborosas emoções indescritíveis...
Que
jamais as esqueci em momento algum da vida!
Montes
Claros, 13-03-2011
Romildo
Ernesto de Leitão Mendes
(RELMendes)
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