Sou o Caminho que conduz à Vida,
Nem outro há para seguir além.
Para tornar-te mais feliz, contente
Na aplicação do Ideal, do Bem.
Por oprimido, quanto fui, na vida,
Levando minha cruz sem protestar,
Eu sou a redenção para os teus males,
E sou a vela para o teu altar.
Para a tua alma, caminhando incerta
Sou a certeza boa do descanso.
Sou brisa mansa para o teu remanso,
No teu jardim sou a mais linda rosa.
Não mostro além um paraíso parvo,
Eu sou a porta da realidade.
Para a tua vida, aqui, de sofrimentos,
Sou o bálsamo fiel da Caridade.
Sou a ressurreição da morte inglória
Do apego vil do vão materialismo.
Sou a Verdade pelas mil mentiras
Com que te aferreteiam ao servilismo.
Eu sou o pão pra a fome de justiça.
Das tantas iras que te oprime o dia
Sou o cordeiro da expiação
Para o repasto da tua alegria.
Assim falou em voz serena e mansa
Aquele homem simples dentre o povo,
Do topo da montanha esmaecida
Eu o fitava contra um céu vermelho,
Soberbo e Manso, como um Deus! - De Pé!
Eu o fitava entre o véu de bruma
De um pranto triste a instilar-me n’alma.
Ele atingia toda a minha angústia,
Toda a agonia que me perturbava.
Bendito Homem simples da Judéia!
Hei de segui-lo pela vida afora...
Com ele irei, mesmo através da noite,
Certo que há de conduzir-me a aurora
Moyses Amaro
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