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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O POEMA QUE NÃO FIZ...

 


Não consegui fazer o poema que queria...
Era preciso debruçar sobre a vida
E as palavras,
As janelas, desvãos
E máscaras de outras almas...
Viver dias de completa alegria
E momentos de plena agonia.
Estar no agora, viva,
Cheia de sonhos e utopias...
Mergulhando em abismos,
Explorando terras e gentes
E sentindo o ardor e a solidão dos desertos...
Tenho estações como a Natureza
E o meu poema não podia sair
No inverno de minha alma,
Pois tudo parece morrer no inverno...
Mas, a primavera sempre há de voltar
E o que parecia morto haverá de renascer.
Assim como renascem as plantas...
Caminhando sozinha
Pelos caminhos da existência,
Encontrei flores e frutos,
Crianças que sorriem,
Outras que já entram em processo de suicídio...
Amigos fiéis, além de pais,
Que foram porto seguro.
Bênçãos de Deus, presentes dos céus...
Minha vida é e foi tão simples,
Amor, dor, lágrimas, risos
Como a vida de toda gente...
Trabalho e descanso,
Oro e contemplo,
Medito e reflito,
Leio e filosofo...
Escrevo para que a memória não se perca,
Mas há um poema que não fiz...
Não sei se por incapacidade
Ou porque ele deve viver apenas dentro de mim...

Maria Luiza Silveira Teles

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