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domingo, 26 de junho de 2011

Filigrana Cênica




Filigrana Cênica: reflexão de um homem de teatro

Após esmiuçar um texto literário,
-Como se pajuari tivesse ingerido-,
O homem de teatro se permite viajar
Nas asas do vendaval da inspiração
Que borbulha na mesa da imaginação...

No afã de tanto encantamento,
O homem de teatro se deixa envolver
Por sonhos, devaneios e preocupações tantas:
-Aguçam-se os sentidos interiores;
-Desnudam-se fascinantes personagens;
-Vislumbram-se imponentes cenários;
-Constroem-se maviosas cenas;
-Sucedem-se estafantes ensaios,
 Buscas atrozes de patrocínios,
 Atores, atrizes e espaços
 Onde se possa ofertar
 A peça ao público...

Mas o homem de teatro não desiste,
Não se desapercebe da montagem da peça,
Mas persiste determinado em busca da apoteose,
Porque nela repousa a retribuição do prazeroso ofício.

No ápice apoteótico do espetáculo:
-Curvam-se gratos os artistas,
-pelo publico que explode satisfeito
  em calorosos aplausos-;
-Apagam-se os holofotes;
-Cerram-se as pesadas cortinas...

Agora, do homem de teatro
-Que anônimo desaparece na multidão-,
Transborda a sensação de dever cumprido,
Até a próxima apresentação...

Montes Claros, 11-11-2012
Romildo Ernesto de Leitão Mendes             
  

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